Por Ana Maria Campos – À Queima Roupa (Correio Braziliense)
Está ocorrendo uma disputa no Cidadania pelo controle do partido?
Não chamaria de disputa, mas divergências pontuais que foram resolvidas na reunião do diretório ocorrida no último sábado. Como já havia sido combinado num encontro anterior, mantivemos o acordo de recompor o quadro dirigente, subindo os suplentes para as vagas surgidas com a saída de duas pessoas.
Há um grupo mais afinado com o presidente Lula que quer se aproximar do governo?
Sou a favor da liberdade de posicionamento dos filiados, mas, pessoalmente, sou contra a participação do Cidadania no governo Lula. Desde o meu mandato anterior me posicionei de forma independente, tanto em relação ao governo federal, como ao GDF. E vou continuar assim.
Esse embate repete o cenário nacional no Cidadania, em que há um racha entre os que querem a permanência de Roberto Freire na presidência e os que defendem renovação?
Como eu disse anteriormente, no caso do DF a situação está resolvida. Com relação à situação nacional sei que no próximo dia 9 haverá uma reunião do diretório nacional, em que tudo será resolvido. E, desde já, me coloco a favor da posição do nosso presidente Roberto Freire de não participação do partido no Governo Lula e que Roberto Freire continue na presidência, de acordo com o que foi aprovado no último congresso do Cidadania.
Qual é o pano de fundo dessa guerra interna?
O Cidadania é um partido muito democrático e aberto. É um partido com bons quadros, principalmente na Câmara Federal. E, mesmo sendo uma bancada pequena, é uma referência, especialmente por se posicionar de forma independente, com críticas pontuais. Vejo que há pessoas de posicionamentos bem distintos, principalmente no que tange à relação com o governo Lula. Entendo que o ideal é que todos respeitem a posição individual das pessoas e que respeitem o que já foi acordado.
Como fica a relação do partido em relação ao governo Ibaneis?
Não discutimos isso na reunião do último sábado, mas não mudou nada. Eu, pessoalmente, continuo com um mandato independente, seja do governo federal, seja do GDF. Importante ressaltar que no Cidadania temos uma independência propositiva, no sentido de valorização das pautas que são boas para a sociedade, com transparência.
Qual é o futuro da federação Cidadania-PSDB?
Em relação ao PSDB, a Federação é algo que existe. Já estão sendo construídas chapas para a Federação, em 2024. No entanto, em 2026, esse casamento vai se encerrar. Aqui em Brasília nossa relação com o PSDB ficou muito abalada depois do que sofri no ano passado, quando quase não me deixaram ser candidata, o que entendi como uma perseguição política e uma discriminação de gênero.