No primeiro dia do evento promovido pela Procuradoria Especial da Mulher, deputada Paula Belmonte reafirma a importância de se fomentar a independência financeira
A Câmara Legislativa deu início, nesta terça-feira (18), à programação oficial da “2ª Semana da Mulher: mais vozes, mais direitos”, com atividades na Praça do Servidor ao longo do dia. O evento, que vai até quinta-feira (20), ocorreu após a posse da deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) como Procuradora Especial da Mulher.
Em seu primeiro ato à frente da Procuradoria, Paula Belmonte destacou a importância do conhecimento e da autonomia financeira para as mulheres. “A verdadeira liberdade e democracia são pautadas pelo conhecimento e pela independência financeira. Não sou contra o dinheiro. Ter dinheiro traz prosperidade e nos permite escolher a alimentação da nossa casa e o material escolar dos nossos filhos”, afirmou.
A manhã foi encerrada com uma demonstração do projeto “Elas no Tatame”, que ensina técnicas de defesa pessoal baseadas no jiu-jitsu e no boxe. Atualmente, a iniciativa atende mais de 120 mulheres.
Durante todo o evento, são oferecidos serviços gratuitos à população por meio de carretas de instituições do Distrito Federal, como Defensoria Pública, Sesc e Sabin. Entre os atendimentos, exames como mamografia e papanicolau, além de vacinação, cortes de cabelo, assessoria jurídica e emissão de documentos.
Empreendedorismo como ferramenta contra a violência
No período da tarde, o debate girou em torno da importância do empreendedorismo feminino no combate à violência doméstica. A conversa foi conduzida por Beatriz Guimarães, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura do DF (CMEC-DF); Marco Teixeira, tenente da Polícia Militar do Distrito Federal; e as empresárias Carol Porto Xavier e Júlia Lucy.
O tenente Marco Teixeira, do Policiamento de Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid), apresentou dados sobre a violência contra a mulher no Distrito Federal. Segundo ele, a maioria das vítimas registradas em 2023 eram as principais provedoras de suas casas, muitas delas sem receber pensão alimentícia. O tipo de agressão mais comum foi a violência moral, que atenta contra a dignidade e a integridade psicológica da mulher.
A presidente do CMEC, Beatriz Guimarães, ressaltou a relação entre a liberdade feminina e a condição econômica. “Só com autonomia financeira a mulher pode sonhar e ser o que quiser. Precisamos mostrar às jovens a importância de se valorizarem como indivíduos independentes e capazes de sustentar sua dignidade”, afirmou.
Quase 400 mulheres
As atividades da terça-feira foram encerradas com uma sessão solene em homenagem a quase 400 mulheres que se destacaram no serviço público e na sociedade civil. Elas foram indicadas por seus órgãos e reconhecidas pelo desempenho no último ano.
As moções de louvor foram entregues a representantes de diversos órgãos, incluindo as secretarias de Agricultura, Saúde, Educação e Segurança Pública, além da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Tribunal de Justiça e Ministério Público do DF.
No discurso, Paula Belmonte ressaltou a importância de valorizar estas profissionais e incentivou o público a reconhecer as mulheres ao seu redor: “Olhem para o lado e digam ‘você é incrível’ para a mulher que está ao seu lado, porque ela é!”.