Mesmo com a proximidade do fim das aulas, a deputada encontrou uma grande quantidade de uniformes sem uso, estocados nas escolas. O tamanho seria inadequado aos alunos das unidades
Com pouco mais de um mês para o fim do ano letivo, a deputada Paula Belmonte constatou que ainda existem alunos da rede pública sem uniformes. A situação expõe um problema recorrente na rede pública de ensino do DF, que foi confirmada durante visita a algumas unidades de ensino da área central da cidade, na Asa Norte e na Asa Sul.
“As pessoas costumam acreditar que as escolas públicas do Plano Piloto, por estarem no centro da capital, não precisam do nosso apoio. Mas a realidade é que muitas vezes, elas são preteridas em relação às escolas de outras regiões administrativas”, avalia a deputada.
Habituada a visitar escolas em diversas regiões administrativas da cidade, a deputada acompanha com rigor a questão da merenda escolar oferecida aos alunos, sempre verificando a qualidade dos alimentos entregues e a quantidade de proteínas. Dessa vez, ao visitar a Escola Classe 314 Sul, chamou a atenção da parlamentar um grande estoque de uniformes novos estocado no colégio.
A diretoria alegou que as roupas entregues à escola, com alunos na faixa de 6 a 10 anos, vieram com tamanhos maiores e não poderiam ser aproveitados pelos estudantes. E como as peças possuem o nome da unidade gravado, não seria possível nem negociar a troca com outras escolas.
Dinheiro mal gasto
A deputada ficou indignada ao verificar os uniformes e notar que as empresas que confeccionaram as peças ficavam em Santa Catarina e em Goiás. “No fim das contas, só quem sai perdendo é a população do DF. Estamos vendo o dinheiro dos nossos impostos serem mal utilizados, e nem sequer incentivamos a economia local, já que as empresas de confecção ficam em outros estados”, ressaltou a parlamentar.
O problema não é restrito às unidades do Plano Piloto. Em visita anterior à Escola Classe 46, em Taguatinga, as professoras relataram a mesma situação. Para não perder os uniformes, algumas mães com melhor condição financeira, pagam para ajustar as peças.