Crianças sem transporte escolar preocupam comunidade

A deputada distrital Paula Belmonte, proponente da audiência pública realizada nesta quinta-feira (20), cobrou mais transparência na prestação do serviço

Longas distâncias, áreas de difícil acesso e falta de fiscalização dos recursos públicos. Esses são os principais problemas apontados na prestação do transporte público escolar, durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (20) na Câmara Legislativa.

A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) liderou o debate. Segunda-vice presidente da CLDF, Paula ressaltou a importância de melhorar a gestão do serviço para garantir que os alunos cheguem à escola rapidamente e com segurança. “Hoje em algumas regiões elas caminham longas distâncias, muitas vezes sozinhas, até o local do transporte escolar”, alertou a deputada e cobrou a construção de mais escolas próximas aos locais de moradia dos estudantes.

Ela cita o exemplo dos moradores do loteamento Eldorado, próximo ao Gama. A região está ligada ao município de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, mas a maioria dos estudantes está matriculada no Distrito Federal. Para ter acesso ao local onde passa o ônibus, os alunos têm de andar mais de 6 km.

Presente na audiência, o deputado distrital Iolando (MDB) falou sobre a oferta do serviço na área rural, com destaque para Brazlândia. “Nas comunidades rurais o acesso é particularmente difícil. Não há licença ambiental que permita a retirada de cascalho para melhorar as estradas de terra. As vias que chegam às escolas rurais precisam ser pavimentadas”, afirmou. O parlamentar também exaltou a acessibilidade disponível nos veículos, permitindo o transporte de alunos com deficiência.

Dados

Segundo a Secretaria de Educação, o transporte escolar custa aos cofres públicos R$ 269 milhões. Ao todo, 87 mil estudantes utilizam o serviço, ao custo diário de R$ 16,83. “Eu quero deixar claro a todos que o transporte escolar é uma política pública e tem que ser de excelência”, afirmou Isaías Aparecido da Silva, secretário executivo de Educação. Quanto à situação específica de Eldorado, o gestor prometeu estudar o caso.

A atual operadora do transporte escolar é a Sociedade Transporte Coletivo de Brasília (TCB). A empresa pública dispõe de 1.058 ônibus e prevê comprar mais 12 veículos. “Renovamos a frota nos últimos anos e neste ano vamos renovar mais uma vez. Temos hoje a frota mais nova do país”, garantiu o presidente substituto da TCB, Thiago Gomes Nascimento. A estatal completa 64 de existência em 2025.

Atendimento humanizado

O serviço de transporte prestado por motoristas e monitores também foi elogiado. Luciano Sousa, representante da Associação de Motoristas e Monitores do Transporte Escolar, destacou o trabalho humanizado dos profissionais. “Costumamos dizer que os motoristas têm a missão de pai e as monitoras têm a missão de mãe. Fazemos de tudo para levar e trazer as crianças em segurança”, assegurou.

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