Deputada Paula Belmonte verifica in loco o processo de tratamento de esgoto e diz ter preocupações com a capacidade de suporte do rio à quantidade de efluentes despejados
A deputada Paula Belmonte (Cidadania), presidente da CPI que investiga a poluição do Rio Melchior, realizou nesta quinta-feira (5) uma visita técnica à estação de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). A ação contou com a participação dos deputados Rogério Morro da Cruz (PRD) e Joaquim Roriz Neto (PL), também membros da comissão.
“Estamos coletando material para fazer uma análise. É importante dizer que reconhecemos o trabalho da Caesb, mas existem pedidos que estamos fazendo dentro da CPI para entender a qualidade dos efluentes despejados no rio”, afirmou a deputada Paula Belmonte.
A parlamentar também expressou preocupação com o adensamento populacional na região e sua relação com a capacidade da estação. “A vazão do Rio Melchior é muito pequena. O critério para despejo de esgoto é o mesmo utilizado para o Rio Corumbá, que tem uma vazão muito maior. Isso revela uma desproporcionalidade enorme”, criticou.
Outro ponto levantado pela deputada foi o conceito de “rio de sacrifício ambiental”. Segundo ela, permitir que um rio com nascente no Distrito Federal receba tamanha carga poluidora é inaceitável. “Como nós, brasilienses, podemos aceitar que o leito de um rio se transforme em um ponto de sacrifício ambiental?Caesb e o Aterro Sanitário. Agora, o próximo passo é a reunião com a Adasaade no manejo”, alertou.
No fim da visita, a deputada reforçou que todos os membros da CPI agora possuem o mesmo nível de conhecimento técnico sobre o tema, o que permitirá uma atuação mais coesa nas próximas etapas da investigação. “Já ouvimos a Caesb e o Aterro Sanitário. Agora, o próximo passo é a reunião com a Adasa, órgão responsável pela fiscalização, para entender o que está sendo feito e o que pode ser melhorado”, concluiu.
O Rio Melchior sofre, ao longo de seu curso, com a degradação causada pelo lançamento de esgoto tratado. Mais de 40% do esgoto produzido no DF é despejado nesse rio, cuja vazão natural não é suficiente para diluir a carga de poluentes.
A comissão continuará as diligências nas próximas semanas, com o objetivo de identificar as causas da poluição e propor medidas efetivas para sua contenção.
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