Apenas em um dia, em 2010, os ministros que integravam a Camex (Câmara de Comércio Exterior) no governo Dilma autorizaram empréstimos de cerca de US$ 6 milhões para Cuba e Bolívia. Por enquanto, o Brasil está arcando com o calote dado pelos dois países.
Mas o governo sabia que ambos tinham alto risco de inadimplência quando autorizou o empréstimo. A deputada Paula Belmonte, vice-presidente da CPI do BNDES, perguntou a Rodrigo Toledo Cabral Cota, ex-secretário adjunto da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, qual foi a garantia que Cuba deu para o financiamento, que foi feito pelo BNDES.
A resposta foi fria: “esses contratos são anteriores à minha chegada na Camex”, disse. A parlamentar está disposta a trabalhar tanto quanto for necessário para encontrar os responsáveis pelos contratos internacionais firmados com dinheiro do BNDES e que foram extremamente desfavoráveis ao Brasil. “Se esses países não pagam, quem paga somos nós, brasileiros contribuintes”, disse Paula Belmonte.
Sobre o outro depoimento da CPI, da ex-secretária executiva da Camex Litha Battiston Spíndola, Paula Belmonte foi enfática: “Que pensar de uma pessoa que quer ser considerada inocente e que chega à comissão com uma medida cautelar que permite que ela não faça juramento de dizer a verdade?”, disse. A parlamentar perguntou aos colegas deputados o que todos estavam fazendo ali na reunião. “Papel de palhaços?”
A funcionária pública aposentada conseguiu a medida no Supremo Tribunal Federal. Ela já está sendo investigada pela Operação Zelotes e responde a uma ação na Justiça. Os filhos também estão às voltas com acusações de corrupção.