Com as medidas de distanciamento social, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) passou a promover diálogos via internet sobre temas relacionados à pandemia. Temas colaterais à crise sanitária foram colocados em debate entre especialistas.
Em três encontros on-line, transmitidos pelo Youtube, a parlamentar falou sobre o aumento da violência contra a mulher em meio à quarentena, a proteção às crianças e adolescentes e sobre o sistema socioeducativo do Distrito Federal. Para a quinta-feira (30/04) às 17h, está prevista uma live sobre demissões em massa, com o contador Marcos Rogério.
As reuniões contaram com as presenças de Cristiane Britto, secretária Nacional de Mulheres, do Ministério da Família, Mulheres e Direitos Humanos, Thiago Garcia, delegado da Polícia Civil de São Paulo, Deborah Menezes, delegada aposentada e primeira chefe da Delegacia da Mulher do Distrito Federal, Rosana Viegas e Carvalho, da Promotoria de Infância e Juventude do Ministério Público do Distrito Federal, Néliton Portuguez, presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do DF, Paulo Eduardo Balsamão, coordenador do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas da Defensoria Pública do DF, e Evenin Ávila, defensor público.
Veja a lista completa de lives.
https://www.youtube.com/watch?v=EKqnQzetbYU&list=PLkQuyOA-lXMDXi0Zcas9O-fUmrs7Q34_s
Diálogo
A deputada Paula Belmonte acredita que o trabalho educativo é importante para a formação da cidadania. Durante a live com defensores públicos, ela citou a mudança de posicionamento ao conhecer realidades diferentes. “Temos muitas coisas a conversar e mostrar para o cidadão. Meus contatos com o sistema socioeducativo e as pessoas que trabalham nele me tocaram muito. Eu era uma dessas pessoas que defendiam a redução de idade penal. Devido a um preconceito que eu tinha, mas consegui mudar o meu pensamento”, disse.
A fala do coordenador do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas da Defensoria Pública do DF, foi de encontro com as afirmações da deputada. “A chave de tudo está na educação. Se olharmos para os relatórios sociais que são feitos pela defensoria de cada jovem, é possível perceber padrões. São famílias desestruturadas, jovens com envolvimento com drogas, sem escola e sem oportunidades”, revelou Paulo Eduardo Balsamão.
Segundo a promotora Rosana Viegas e Carvalho, a assistência aos cidadãos em situação de vulnerabilidade precisa ser prestada integralmente. “Para uma completa proteção à juventude e os direitos da infância, é preciso proteger também os pais dessas crianças. A Constituição determina que esse papel da família, da sociedade e do Estado. Mas não há como fazer isso sem que haja uma proteção a quem convive com essas crianças”, opinou.
Quando o assunto foi o apoio a vítimas da violência doméstica, a secretária Nacional de Mulheres ressaltou que é necessário oferecer uma presença mais ostensiva dos órgãos de denúncia e assistência. “Se nós já tínhamos uma realidade de subnotificação dos casos de violência doméstica, imagine agora em um período em que as mulheres estão confinadas? São pessoas que têm vergonha de ir a uma delegacia e enfrentam muitas dificuldades para fazer denúncias”, afirmou Cristiane Britto.