Cheguei a Brasília com três anos de idade, ainda na década de 1970. Muitas quadras nem estavam prontas, nem tinham asfalto. Eu morava na 314 Norte e me lembro que na época só havia dois prédios prontos e muito barro vermelho. Uma boa lembrança que eu guardo daqueles tempos é a imagem das crianças brincando no barro. Graças a Deus tive uma infância muito feliz! Eu era inquieta e popular na quadra.
Sempre gostei de desafios e por isso, quando tinha dez anos de idade, decidi vender brigadeiros na escola. Minha mãe me ajudou a fazer os docinhos e foi um sucesso. As crianças gostavam e até faziam fila para comprar. Consegui juntar um dinheirinho que foi meu primeiro salário. Comprei um tênis e uma jaqueta jeans, o que me deu uma alegria enorme. Desde essa época, posso dizer, que havia dentro de mim uma vontade enorme de realizar, de fazer acontecer e de empreender.
Estudar Administração foi um caminho natural nessa trajetória e se tornou a profissão da minha vida. Concentrei minhas atividades no ramo imobiliário. Eu adoro o trabalho que faço e penso que acima dos números, documentos e normas, nós temos que priorizar o bem coletivo, o bem comum.
Em Brasília, estudei, fiz grandes amizades, me casei com o Luís Felipe e formei uma grande família. Tive seis filhos maravilhosos. Nessa trajetória, um fato mudou a nossa história familiar. Um dos meus filhos sofreu um acidente, aos dois anos, e não está mais entre nós. Foi quando conheci a dor de perder um filho. Apesar de tudo, escolhi não ficar em casa sentindo aquela tristeza.
Foi nesse período que decidi trabalhar em defesa da infância e entendi que essa era a minha missão.
No início, pretendia criar um instituto para auxiliar crianças em situação de vulnerabilidade. Mas ao conhecer melhor a realidade de nossos meninos e meninas, no Distrito Federal, senti que poderia ir além, porque há muitas necessidades urgentes a serem atendidas.
As carências vão das creches para a primeira infância às dificuldades de acesso ao primeiro emprego dos nossos jovens. Tem muito trabalho a ser feito e desde que conheci de perto essa realidade, percebi que não poderia mais fechar os olhos.
Entrei para a política em 2018, como deputada federal, com esse espírito: atuar de forma ampla, com políticas públicas que possam transformar profundamente a nossa realidade.
Desde então, venho trabalhando pela geração de emprego, pelo bom uso do dinheiro público e, acima de tudo, pela defesa da Primeira Infância. Hoje, como deputada distrital,se eu pudesse me definir em poucas palavras, diria que sou uma cidadã brasiliense em busca de um mundo melhor para as nossas crianças.