BNDES: Paula Belmonte afirma que caixa preta existe e CPI quer abrir

Trabalhos da comissão vão até a primeira quinzena de setembro. A CPI ouviu 28 depoentes até 14 de agosto

Após quase quatro meses de trabalho, a CPI do BNDES entra na reta final. “Está claro que houve corrupção. Mas ainda há muito a ser revelado. Daremos uma resposta à sociedade”, afirma a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), vice-presidente da comissão. O avanço nas investigações permitiu uma prorrogação nos trabalhos, que devem ser concluídos até a primeira quinzena de setembro.

As investigações se concentram nas operações do BNDES para internacionalização de empresas brasileiras, entre os anos de 2003 a 2015. No período, o banco financiou obras e projetos em países como Angola, Venezuela, Cuba, Moçambique. O período engloba transações que podem alcançar R$ 500 bilhões.

Os deputados que integram a comissão já ouviram ex-presidentes do banco como Luciano Coutinho, Paulo Rabello e Joaquim Levy e os ex-ministros dos governos Lula e Dilma Rousseff, Antonio Palocci, Guido Mantega e Mauro Borges.

Foram 28 depoimentos até esta semana, incluindo executivos do banco e de grandes empresas, como Emílio Odebrecht, Eike Batista, os publicitários João Santana e Mônica Moura, além dos donos do frigorífico Bertin – um deles, inclusive, preso em Tremembé (SP). Além de ir à penitenciária colher o depoimento, os parlamentares estiveram também na sede do banco, no Rio de Janeiro.

A deputada Paula Belmonte avança no levantamento de dados sobre operações do BNDES no mercado financeiro e pagamento de altos valores em bonificações aos empregados do banco. Para isso, tem buscado novos dados e colhido informações apuradas pelo TCU e o Ministério Público Federal.

Segundo a deputada, abrir a caixa preta do BNDES e investigar processos sigilosos é um trabalho de responsabilidade, transparência e respeito com a sociedade. “Para que o banco pudesse fazer o que fez, a CAMEX concedeu empréstimos, mesmo sem qualquer análise, a países de ideologia parecidas com o então governo. Alguns que antes eram de risco 7, o mais vulnerável, passaram para o risco 1, a nível da Suíça, por exemplo. O dinheiro apurado na corrupção do BNDES condiz com a metade do que se pretende economizar em dez anos com a Reforma da Previdência”, ressalta Paula Belmonte.

Imagem: Alexandre Mota

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